sábado, 6 de outubro de 2012

Doce

punheta leitura dura velha nova buceta como minha mão dois dedos de açúcar mascavo

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O ovo e a galinha

Ainda não consegui concluir se foi a Globo que ferrou o Serra ou o Serra que ferrou a Globo. Alguém já sabe ou será preciso outra tomografia?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Jacob do Trampolim

É constrangedor assistir à manipulação dos fatos em relação às versões. O que aconteceu na última quarta-feira em Campo Grande, bairro da zona oeste do Rio, é um crime contra a população. O candidato tucano José Serra, em campanha naquela localidade, foi hostilizado por militantes do partido da adversária, Dilma Rousseff. Os correlegionários e simpatizantes do PSDB reagiram e deu-se o imbróglio. Houve provocações dos dois lados, mas, claro, os petistas têm (sempre) culpa no cartório. Confusão, empurra-empurra, arremessos de bolinhas de papel, de rolo de durex, de pedras. Arremessaram também a fidalguia, o respeito e a integridade. O caráter. Pior do que fez o tucano depenado, que ameaçou ir embora, voltou, e tornou a partir - e com isso o cancelamento da agenda aqui na cidade - foi a consulta, com perdão do trocadilho, ao médico e amigo Jacob Kligerman. O encontro foi no consultório do último, em Botafogo. De fato, entre este bairro e Campo Grande, onde travou-se o duelo político, no mau sentido, a distância entre essas localidades é menor do que a cara-de-pau do tucanato. Acredito que se fosse necessário o exame de tomografia, tamanha a gravidade do ferimento, ele deveria ser realizado numa unidade hospitalar próxima ao local da agressão física, um despaltério ao candidato Serra, coitado. O Hospital Rocha Faria estava ali, mas o Jacob não.


Para mergulhar no mar de lama, o tucanato abriu mão de suas parcas asas. Depois de desfeito o ninho do alto da seringueira, a queda inevitável ao solo poderia, que coisa, ser evitada. Ou melhor, adiada. Entram em cena os bastidores. O desespero da direita ficou claro, na medida que a ajuda da imprensa tornou-se, digamos, embaraçosa. Apenas uma emissora de televisão entrevistou o tal médico, no dia da "agressão". Outras emissoras e outros veículos publicaram os fatos. Uma única emissora preocupou-se em "desmentir"os fatos e criou a sua versão. Algo de errado até aí? Não. Mas o que precisa ficar claro é que cada empresa atende aos seus interesses. E o povo precisa entender que, sob óticas editoriais, as verdades transitam entre o fato e a versão. O que fica evidente é que, como já disse diversas outras vezes, o jornalismo foi assassinado há tempos. O balcão de negócios, ou melhor, o jornalismo moderno, atende à população assim como Serra atende à vergonha na cara: de forma covarde. E para isso não há tomografias.


O trampolim montado pelos tucanos vem a calhar. O médico, amigo pessoal de Serra, ex-secretário de Cesar Maia, atende numa clínica chamada Sorocaba. Uma cidade do interior de São Paulo, estado maior do que o Brasil, como se sabe. A coincidência, que não quer dizer nada, mas diz. Serra foi hostilizado no Rio e foi choramingar no interior paulista, dentro da zona sul do Rio. Sob orientações, é claro, tentou alçar um voo, ou melhor, um salto ornamentalíssimo impulsionado pelo seu amigo, o Jacob do Trampolim. Este, coitado, saiu mal na história. Serra escorregou na tábua e caiu de barriga no mar enlameado, como se fosse o Tietê. O afogamento é, olha a palavrinha de novo aí, inevitável.


O presidente Lula, criticado por sua reação intempestiva, onde acusou José Serra de farsa, assim como Jacob do Trampolim, agora (como sempre) é o centro das atenções dos tucanos, e o centro das afeições dos petistas. Ele não precisa de teatro. Dilma Rousseff, que, como todos que me conhecem sabem, não é minha preferida do partido, mas ela é Lula. E eu sou ela. Ponto final. O problema é que quando os reacionários dizem que, comparado ao escândalo do mensalão, em 2005, Collor caiu por muito menos, eles esquecem de uma detalhe: quem derrubou o Collor foi o povo. Quem quer derrubar o Lula, e agora a Dilma, é a direita e sua assessoria de imprensa, os veículos de uma organização poderosa. A questão é que, contra o povo, ninguém pode.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Reflexões eleitorais

Ouvi outro dia que a maior preocupação de alguns empresários de comunicação, caso Dilma vença o pleito, é que a petista copie o regime chavista. Ou seja, fechar os canais de televisão e rádio, intervenção estadista em todos os meios de comunicação, como o camarada venezuelano vem fazendo. A cultura reginaduartista volta a assombrar a terra tupiniquim, ao arrepio dos fatos. A campanha da imprensa em “bater” no governo Lula é legítima, sim, porque tanto as prensas quanto as mídias audiovisuais têm suas inclinações políticas e partidárias. E o discurso do líder pernambucano, ao criticar nosso trabalho, foi, e é, infeliz. Bola fora, claro. E mesmo assim, a direita tucana e democrata, não sabe – nem soube – aproveitar os deslizes do criador de Dilma, ao indicar o inexpressivo Índio da Costa para vice. Serra não sabe ser malandro, não é bem assessorado, e como se diz aqui no Brasil: ele dá mole.

Nessa reta final das eleições, fica evidente o despreparo do eleitorado. Dos candidatos, não chega a valer a pena divagar aqui. A classe média é burra, alienada e preguiçosa. Os jovens riquinhos da Zona Sul do Rio, e quiçá de outros feudos sociais do país, por exemplo, são contra a Dilma. Não sabem bem a razão, mas por ela parecer o Chuck, o brinquedo assassino, por ela ser feia, por ela parecer um monstro, além de outros argumentos tão bem fundamentados, elaborados com a mesma perspicácia de um jumento, cabe a opinião de quem nem sabe quanto custa uma passagem de trem – ou o valor de uma cesta básica. Há quem critique o Serra porque ele só fala de São Paulo e suas benfeitorias (?), como se a metrópole fosse o estado, como se o estado fosse o Brasil. São maquetes e marionetes. São políticas da política.

Eu, particularmente, não gosto da Dilma. Não tem carisma, não sabe falar bem, é um personagem fabricado pelo Lula. Pois bem. Mas o Lula merece todo (meu) crédito. Aprendeu a ser político, no bom e no mau sentido, dialoga magistralmente tanto com os banqueiros, os magnatas, quanto os desempregados e esfomeados. Tem a manha de saber apanhar sem bater. Conseguiu dividir a esquerda, houve posteriormente as dissidências, mas uniu o povo. A democracia não é elaborar medidas que agradem a todos, mas medidas que atendam cada segmento da sociedade separadamente, vez por vez. E o povo sofrido, que nunca teve comida, que nunca teve trabalho, hoje tem. Mas a “culpa” é do Lula. Os classemedianos reclamam, esperneiam e criticam duramente a postura lulista. A decepção em relação ao mensalão, em 2005, o alinhamento de sua política partidária ao deslumbre do poder, por ser supostamente burro, iletrado, por ser alguém do povo. O preconceito da classe mais abastada se personifica no Lula. Afinal, dizem, já está mais do que comprovado de que o pobre no poder muda o discurso, porque o encantamento de governar embevece quem nunca teve sequer emprego digno.

Você vota com quÊ? Com o bolso, com a cabeça, com o coração, com o passado, com o futuro, com o feriado? Ou pela história, pela cidadania, pela política, pela democracia? Qual candidato faz o quê por quem? Vivemos num apagão intelectual. Não existem mais administradores públicos nem técnicos da área. As secretarias são arrendadas a arranjos políticos, cargos são balcões de negócio, assim como os meios de comunicação são plataformas políticas. Diretores e presidentes de empresas midiáticas e jornalísticas são cargos político-administrativos. Trampolins panfletários. Estes, sim, são os verdadeiros candidatos em pleitos maquiavélicos, onde não há contagem de votos. Mas de números, indicadores “competitivos”, distribuição assistencialista de funções, gincanas, tarefas premiadas com cabeças imbecis, vendidas por qualquer moeda. Esta, sim, disputada cara a cara por acéfalos, que teimam em entitular-se jornalistas, mas são garçons da informação. Vivem de gorjetas do cliente. Migalhas morais.

O jornalismo não é inimigo do povo. E nem do poder. O reportariado é tolido por políticas editoriais alinhadas a interesses nem sempre claros, mas nunca disfarçados. A imprensa foi repartida em blocos políticos, com candidatos a audiência publicitária, cotas, onde pesa mais o bolso do que a consciência. Eu voto no povo, eu voto no jornalista que ama a profissão, eu voto pela cédula sem valor monetário. Minha cédula, que não é eletrônica, é da ideologia alheia a interesses midiáticos ou políticos. Não podemos deixar que façam loteamentos na minha profissão. Eu não sou senhor feudal nem vassalo. Eu penso com a minha cabeça, à luz da razão, mesmo com a vista cansada.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A gruta de São Conrado

Em tempos idos, refiro-me a séculos atrás, havia um rapaz que vivia para caçar. Italiano, como este que vos escreve, costumava se aventurar em florestas longíquas, sempre às margens do rio Trébia, na província de Piacenza. Conrado Confalonieri era rico, dado a festas e bebedeiras, divertia-se com seus bens. Mas acabou se casando cedo, o que não lhe impediu que sua vida de esbórnia e prazeres carnais.


Certa vez, impulsionado pela coragem de algumas jarras de vinho, foi à floresta caçar faisões e lebres. Não me recordo como deu-se o inusitado, mas o que ocorreu é que Conrado ateou fogo na floresta. O incêndio alastrou-se rapidamente e num estalar de dedos toda a vegetação foi devastada pelas chamas. Foi uma correria só e o jovem caçador, rico e boêmio, defenestrou-se num piscar de olhos. E precisavam descobrir culpados.


Galeazzo Visconti, o alcaide da província, receoso ao investigar de quem seria a responsabilidade do infortúnio, talvez porque já soubesse, prendeu alguns suspeitos –mas sem as devidas comprovações do crime. Sentenciou o primeiro suspeito, condenando-o à morte porque estava, ora vejam, estava no bosque. Portanto, apagaria-se outro incêndio naquela região.


Quando soube que um inocente seria morto em seu lugar, Conrado confessou-se culpado pelo acidente incendiário. Não obstante, o jovem abandonou a vida de luxo e ingressou na ordem dos franciscanos. Por volta do ano de 1300, abandonou a esposa – que acabou por viver, também, só num convento.


Conrado trocou de mosteiros por um tempo. Depois, sempre fugindo do convívio de quem queria lhe visitar, instalou-se numa gruta na região dos Pizzoni, que viria a ser batizada com seu nome.


A gruta de São Conrado também existe por aqui, abaixo dos trópicos. Fica próximo ao maior favela urbana da América Latina, quiçá do Ocidente. Diria eu que quase um acidente geográfico, com perdão do trocadilho. Quem mora na Rocinha é gente boa, gente do bem. Quem domina a Rocinha, faz tempo, não é Dênis?, é a bandidagem. O tráfico de drogas é o braço financeiro do crime. É a moeda de troca. Há trinta anos, quem virava vagabundo – na linguagem popular – costumava ter um passado. Era trabalhador, mas foi humilhado pela polícia: vira bandido. Tinha emprego, mas foi esculachado pelo patrão, depois mandado embora: vira bandido. Ia pro colégio, mas perdeu o pai morto no assalto: vira bandido. Tornar-se criminoso, trinta, quarenta anos atrás, ainda havia uma justificativa, ainda que fosse mentirosa. O bandido tinha ainda a “preocupação” de se justificar – e de explicar, para comunidade e para família, o porquê da vida bandida.


O que se viu nesta batalha de São Conrado foi a materialização do pensamento e-se-um-dia-eles-descerem-como-fica? “Eles” já desceram faz bastante tempo. Mas o “eles”, para a classe rica, são “aqueles que moram nas favelas”. Mas o “eles”, para mim, e outros, são os bandidos, os traficantes de armas e de drogas, os marginais que desafiam o estado debochando da sociedade. O que os ricos vivenciaram nesta floresta de Conrado, nesta selva urbana, foi exatamente ao que os “favelados”, ou melhor, as pessoas de bem que vivem nas favelas, são submetidos em incursões policiais daquele lado de lá, o da pobreza, o do esquecimento. “Nós” fomos “eles” no último sábado? Não. Nós somos eles, porque somos todos.


Fuga desordenada, tiroteio no meio da rua, estampidos, tiros, gritos, gente chorando, marcas de bala, desespero. A cidade é uma favela, cercada de Rios de Janeiros por todos os lados. Se Conrado incendiasse a selva hoje, quem seria condenado à morte? Nós ou eles? Não faz sentido recolher-se em retiros franciscanos, ou upepêanos, retiros panfletários. É festa na floresta. Quem mora na favela pôde assistir, de camarote, como a violência bate à porta dos ricos. Ela incomoda. Como disse um conhecido que mora por lá:


- Rapaz, pela primeira vez vi algo assim: uma pá de bacana correndo de um lado pro outro, tudo ali, na beira da praia. Nego tocou o terror mermo! Era madame correndo e se jogando no chão, carro largado na pista, tiro a rodo! Agora eles sabem como é aqui em cima, certo? A vagabundagem faz o que quiser, irmão. Mas agora foi pra vitrine.


Foi pra vitrine. Estamos todos encurralados no estoque social, amedrontados com a rua, por isso escondemo-nos por trás dos outros. Não enfrentamos o problema, porque a floresta fica longe e sempre vão encontrar um culpado que, de culpa, só tem o crime de morar no bosque ou na floresta. Ora vejam: morar em favela sempre foi crime, mas agora, sair dela, também o é. São Conrado, és uma gruta escondida dentro da floresta de nós mesmos. E não há fogo que arda mais nossa culpa em punir – do que ser punido.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Os maquinistas estão chegando

Prosseguindo, senhores, percebo que estou no fim. Há certos momentos que devemos nos curvar aos fatos. E tal consternação chama-se constatação. O jornalismo segue o caminho de volta, retrocede ao que o deslegitimou. Matérias encomendadas justificam o balcão de negócios ao qual transformou-se meu jornal. Ouço durante as reuniões: “Você gosta de cobrir Cidade, não gosta? Então você vai fazer Saúde. E você aí, rapaz? Educação? Então, Política.” E assim desenrola-se o calvário que é trabalhar para quem não pensa. Ou de quem pensa para quem não trabalha. Enfurnar-se dentro de salas recém-erguidas (onde o ego é maior que o espaço físico) é praxe entre os diretores do jornal. Gargalhadas sublinhadas pelos contra-cheques gordos, política do terror psicológico, reportagens que são releases eletrônicos. Chapa branca, quem dera, as chamo de chapa transparente, somos retrocesso intelectual.


Quisera eu ser ignorante, porque seria, no mínimo, menos infeliz. Desconhecer o mal invisível. Não suspeitar de presságios, acomodar-me em cumprir tarefas, transformadas em objetivos de vida. Lustrar os sapatos dos magnatas com a língua. Negociar-me por menos do que sou – e do que gostaria de ser. Sou tolido profissionalmente, ao passo me prometem horizontes de cristal, fora os vis metais que me corrompem o bom senso. Não me reconheço mais e tudo que planejei escoa água abaixo pela latrina do fracasso. É, eu perdi, mas pior que o mau perdedor é quem vence sem merecer.


Sei que tenho sido redundantemente revoltado, mas é coisa de italiano, reclamar e falar alto, mesmo quando escrevo. Esclareço que, à oportunidade que me foi dada quando garoto, fiz das reles chances de progredir na profissão a motivação mais que necessária para praticar o ofício impresso. Surgi ainda empacotando periódicos nas ruas do centro do Rio, poucas horas antes de amanhecer o dia, e o dia, ao amanhecer, sempre me afagava os olhos cansados das letras miúdas, que lia sentado no chão da Praça Mauá. Eu enfileirava os jornais velhos fingindo serem novos, para ter a leve sensação de que poderia ser dono das notícias, que era, nem que fosse de forma clandestina, o proprietário das informações. O tempo me pertencia quando me cobria com as folhas velhas dos jornais de ontem e dos outros ontens. Para que os amanhãs chegassem logo.


Mas hoje faço o inverso. Empilho jornais novos fingindo serem velhos, faço um trabalho que não é o meu, escrevo palavras que não mais serão minhas, porque não foram nunca, porque não serão sempre. Acato ordens sem pestanejar, mas meus olhos se inundam de uma cólera surda, de um sofrimento pontiagudo, que me ofusca as tintas das palavras, que me encerram os sonhos de garoto, quando saía de casa e corria junto aos trens pensando que os vagões eram pessoas, pensando que o destino eram estações. Não sei quantas locomotivas sou, mas palavras, meus trilhos: jornais tornaram-se máquinas de informação. Nós? Café com pão, café com pão, vixe Maria, o que foi isso, maquinista?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A escuridão - Parte I

Não sei bem o que se passa comigo, mas tem a ver um pouco com o que tenho lido. Não estou feliz. Não foi desta forma que imaginei o jornalismo. Ficar presos a moldes editoriais politicamente corretos, ser instrumento de chefias superiores, massa de manobra. Não sou assessor de imprensa de diretor de empresa. Não sou empresa. Não sou chefe. Não sou pago pra executar, obedecer sem contestar, argumentar. Sou um homem livre. Tenho escolhas a fazer, eu tenho opções. Não sou obrigado a nada, meu salário não é compensado em papel, meu papel não é compensando com salários. Eu quero mais. Não posso ficar sentado em frente ao computador, espreitando meus colegas pauteiros, na trinca pauta-proposta-marcação. Não sou eu quando estou aqui. Não estarei aqui enquanto não for eu. São maneiras. São passagens. São visões.

De que adianta escrever? Adestraram o jornalismo. Acabou o romance. Tudo é on, tudo é certinho, correto, não podemos isso, não podemos aquilo. Desumanizaram as reportagens. Desumanizaram os prazeres. Não se pode beber uma cerveja para ir a um jogo de futebol. Não se pode jantar com a namorada, beber algumas taças de vinho e ir pra casa dirigindo. Eu ainda tive esse prazer, essa, hoje, aventura. Não podemos assinar matérias, por livre e desespontânea vontade da linha editorial, quisera eu escrever torto em linhas certas. Aliás, posturas curvilíneas são praxe na empresa onde trabalho. Posturas ondulares e convenientes, onde quem se vende, muda de lado. Quem se compra também.

Prefiro arremessar palavras sem direção em linhas falhas. Humanas. Cansadas. Minhas. Não nasci para acatar ideias às quais não concordo, às quais não corroboro. Não se trata de insubordinação hierárquica nem intelectual, não é isso, mas ao entrever pelas perspectivas atuais meu futuro jornalístico, eis que pari um novo eu. Parla!


E, ainda assim, poderia embaralhar a todos com argumentos retos, mas em curva meladas pelo ócio intelectual. Não sou conivente com suborno moral ou empregatício. Sou da criação. Vou arrumar as malas, fechar a porta de casa, apagar as luzes e abrir as janelas: o sol é um sorriso de raios.